OLHARES
O olhar tátil não fere, não invade, não marca com violência — ao contrário, ele acaricia o contra-olhar míope do desprezo, da dúvida ou da razão. Tatear com os olhos exige delicadeza: é deixar percorrer superfícies sem buscar revelar interiores. Justamente por não pretender ir a fundo, esse olhar se perde entre traços, pinceladas e contrastes de cor. Explorar o mistério da forma com os olhos é um gesto apaixonado e enigmático. Para mim, o olhar tátil é como um ímã — promove uma leitura possível conectando os mundos concreto e imaginário.
Nadja Carvalho
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